Por que Dakini Patricia ?

Nas minhas mais antigas referências de Arte está a prática de usar pseudônimos para proteger o próprio nome. 

"Esse é um recurso comum entre artistas que precisam, por exemplo, se proteger de perseguições políticas graças ao conteúdo de suas obras. Outros querem testar um novo estilo literário ou temático. E há ainda autores famosos que desejam que uma nova obra não seja comparada com seus trabalhos anteriores."

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quais-autores-e-compositores-ja-usaram-pseudonimos-por-que/

Por causa disso sempre busquei assinar desenhos, telas e outras pinturas com diferentes pseudônimos - e tive vários! - Baseada nessa ideia, depois de algum tempo, quando comecei a ser conhecida pela arte da dança, realizei uma pesquisa para escolher um nome que tivesse uma relação com a minha história pessoal. 

Durante a minha trajetória artística e espiritual ou sagrada, recebi diferentes nomes dos quais me servi na vida pessoal também. E, acredite, há quem nunca me conheceu pelo meu nome verdadeiro. Mas, "Dakini" foi o único nome escolhido por mim. 

A primeira tradução que recebi desse nome que soube ser de origem tibetana foi "caminhante das estrelas" ou "bailarina celeste"; ao que fiz imediatamente uma conexão com a resposta que eu sempre dava quando criança, quando me perguntavam de onde eu tinha vindo - pois eu estava sempre mudando de residência por conta do trabalho do meu pai - e, ao invés de dizer de qual cidade tinha vindo, eu respondia sempre: "das estrelas".  Depois, por volta dos meus 20 e poucos anos de idade, recebi uma informação dada por uma orientadora religiosa que praticamente explicou a resposta que eu dava quando criança e reforçou a conexão com esse significado. Mais tarde ainda, por volta dos meus quarenta anos, ao realizar uma escolha para um nome "iniciático" que eu deveria adotar, novamente esse nome apareceu na lista de opções.

Mais tarde, pesquisando mais a fundo, vi que Dakini é um nome muito especial e tem um significado profundo relacionado à espiritualidade feminina. E tanto pode se referir ao princípio da sabedoria feminina e a ensinamentos secretos quanto a fadas, demônios ou criaturas que são ao mesmo tempo criativas e destrutivas. Uma Dakini pode ser um guru humano; uma divindade de yoga e meditação; uma protetora da sabedoria transmitida oralmente; um ente feminino que evoca movimento e energia do espaço e estão relacionadas a todas as formas de energia e revelações transformadoras.

Confesso que me surpreendi com tal pesquisa e fiquei em dúvida se eu deveria continuar adotando um pseudônimo tão rico de sentido, de significados tão profundos. Mas o fato é que sequer pensei em mudá-lo. Continuo Dakini e espero não estar ofendendo aos princípios desse nome e de suas origens.

Sou Dakini, caminhante das estrelas, filha do universo sem fim e irmã de toda a natureza.